SUA HISTÓRIA E OS MAIS POPULARES.
Atualmente
a indústria cinematográfica indiana é, surpreendentemente, a mais expressiva do
Planeta no que se refere à comercialização de ingressos, que estão entre os
menos dispendiosos, e ao volume de películas elaboradas. Um grande número de
pessoas freqüenta os cinemas no subcontinente indiano. Os indianos foram
apresentados à técnica cinematográfica no dia 7 de julho de 1896, através da
exibição de algumas películas dos irmãos Lumiére, no Hotel Watson, na cidade de
Bombain, hoje conhecida como Mumbai. Neste mesmo ano uma empresa da Índia, a
Madras Photographic Store, assumiu a publicidade deste gênero artístico. As
apresentações de cinema no território indiano tiveram início em 1897, com
mostras de filmes organizadas pelo Clifton and Co.’s Meadows Street Photography
Studio. O primeiro filme documental realizado na Índia foi produzido por
Harischandra Sakharam Bhatavdekar, mais conhecido como Save Dada, em 1897 –
registrou um episódio de luta livre, organizado nos Hanging Gardens, em
Bombaim. Ele também foi pioneiro na realização de filmes do gênero noticioso.
Quanto às produções comerciais, algumas tentativas já foram promovidas neste
período, com empreendimentos como os de F. B. Thanewala e J. F. Madan, que
fundou a Madan Theatres Limited, maior estúdio produtor e negociante de filmes
norte-americanos no cenário pós-Primeira Guerra Mundial. Foram instituídos
locais de exibição das películas, enquanto os cinemas itinerantes também
conquistavam seu espaço. O primeiro filme indiano de longa-metragem foi
Pundalik, de N. G. Chitre e Dadasaheb Torne, lançado em 1912. Dadasaheb Phalke
torna-se um grande nome do cinema indiano com a produção Raja Harishchandra,
permanecendo célebre até o nascimento do cinema falado, sempre na defesa da
abordagem de assuntos especificamente indianos nas telas cinematográficas. Na
década de 20 o volume de filmes produzidos na Índia já é significativo. Nos
anos 30 emergem novos estúdios e uma safra mais recente de cineastas. O primeiro
filme sonoro surgiu já em 1931, Alam Ara, de Ardeshir Irani, alcançando grande
sucesso. Outras produções surgem na esteira desta guinada no cinema indiano,
apresentando muitas falas, músicas e danças. Nesta década o cinema reflete o
clima de contestação social então vigente na Índia, enquanto crescem três
importantes estúdios cinematográficos neste país: em Bombaim, mais voltado para
o mercado nacional; em Madras e em Calcutá, célebres por suas criações
regionais. Do início dos anos 40 ao fim da década de 50 o cinema da Índia viveu
seus momentos mais marcantes, impressos na memória histórica da cultura
indiana. As produções normalmente apresentavam cenas eletrizantes de música e
dança, utilizando o recurso que se tornaria tradicional neste país, o do playback,
através do qual um cantor original cantava no estúdio, enquanto os
participantes do filme apenas simulavam executar as canções. Nos anos 50 vários
novos talentos emergiram entre eles o cineasta bengali Satyajit Ray, que
conquistou, em 1953, o prêmio de Melhor Documento Humano no Festival de Cannes,
entre outras premiações, com a película Pather Panchali. Outros diretores foram
também amplamente premiados, constituindo nesta época de ouro um movimento
conhecido como o Novo Cinema Indiano. Na década de 60 tanto o cinema mais
conceitual quanto o popular abordaram principalmente a temática social, com
filmes como Do Bheega Zamenn, e outros do gênero. Os anos 70 se inspiraram mais
na cultura oriental, ao mesmo tempo em que o foco nas questões sociais perdeu espaço
para a produção de massa, mais direcionada para o entretenimento. Geralmente
estes filmes enfocavam o tradicional conflito entre o bem e o mal, mesclando
esse ancestral dilema a boas doses de dramas melosos. Os enredos eram longos e
mal cabiam no convencional modelo de 3 horas de duração. O filme mais famoso
desta época foi Sholay, de Ramesh Sippy, que inaugurou a fase comercial do
cinema indiano. Na década de 80 o cinema de entretenimento conquistou um
significado maior, uma tendência para o realismo, com o enredo mais voltado
para os problemas enfrentados pela classe média. Uma nova onda de ídolos
apareceu neste momento. Nos anos 90 o cinema se vê mais subordinado ao mercado
publicitário. Cresce o número de musicais indianos e também dos filmes de ação.
Novos cineastas iniciam uma transformação no seio do cinema indiano. Há uma
maior preocupação com a maneira como as narrativas são elaboradas. A indústria
cinematográfica desenvolvida em Mumbai tornou-se célebre por ser naturalmente
associada ao explosivo poder de Hollywood, sendo assim conhecida como
Bollywood, mescla de Hollywood com Bombay. Ela está ligada estritamente ao
cinema produzido no idioma hindi. Esta tendência tem sido alvo de várias
críticas e denúncias, pois muitos acreditam que ela profana a tradicional
cultura indiana e aborda temas polêmicos, em estilo liberal demais para certas
convenções indianas. Algumas de suas idéias, porém, tem sofrido várias
modificações, à medida que o próprio paladar cultural do povo indiano se
transforma, tornando-se mais exigente. Para quem não conhece, Bollywood é a
principal indústria cinematográfica da Índia, localizada na cidade de Bombaim.
De lá vem verdadeiras obras-primas, como “Devdas” (2002), “Lagaan – A Coragem
de Um Povo” (2001), “Siga em frente Munna Bhai” (2006), e “3 idiotas” (2009),
quatro enormes sucessos do cinema indiano, que impressionaram a crítica e
tiveram uma grande bilheteria. O filme “3 idiotas”, por exemplo, quebrou todos
os recordes dentro e fora da Índia – na Austrália ele surpreendeu e superou até
a super-produção Avatar, de James Cameron. Uma linha mais clássica também será
contemplada com filmes de diretores que inauguraram o cinema de arte na Índia –
também chamado de nouvelle vague ou cinema novo. A importância de nomes como os
diretores Mrinal Sen e Shyam Benegal não foi esquecida. Nessa mostra, eles são
representados pelos filmes Zubeidaa e Confinados, de Benegal e Sen,
respectivamente. Seguindo um outro estilo, os filmes “A rainha bandida” (1995),
do renomado diretor Shekhar Kapur, e “A terrorista” (1999), de Santosh Sivan,
são baseados em fatos reais e suas histórias chocaram a sociedade indiana.
Outro diretor aclamado pela crítica e pelo público, Mani Ratnam, é um mestre em
reunir em um mesmo roteiro questões políticas e dramas pessoais. Ele se destaca
na mostra por ser o diretor o maior número de filmes: “Um beijo na bochecha”
(2002), “Do coração” (1998) e “Bombaim” (1995), sendo os dois últimos a 2ª e 3ª
partes da sua trilogia sobre terrorismo.